A Luz Visível

Uma das melhores coisas que a Internet tem são as amizades que proporciona. 
Conheci a "Miss Melasma" no ano passado, devido às suas publicações no instagram. Fala essencialmente de pele, tentando esclarecer o mais possível todos os termos mais técnicos, e para além de ser uma pessoa muito simpática e acessível tem um conhecimento bastante aprofundado, o que me fez convidá-la para escrever um post aqui no blogue. 

E aqui está. Espero que gostem tanto quanto eu. 





"Já há algum tempo que eu estava em dívida com a Marta, que me tinha pedido há séculos que escrevesse um artigo para o blog dela, protelei até não poder mais…e hoje venho cumprir a promessa. 
Quem já me segue, sabe que eu gosto de falar de temas que realmente façam a diferença na nossa vida enquanto consumidoras, mas também de alertar para temáticas que ou não são muito faladas, ou que não são explicadas em linguagem simples e acessível a todos.
Envelhecimento cutâneo é sem dúvida algo que eu gosto imenso de investigar, porque sabendo o que o provoca, é meio caminho andado para ter uma pele boa e jovem, e o tempo é cruel minhas queridas! Todas inevitavelmente para lá caminhamos, assim que ter certas informações do nosso lado é uma mais- valia; e se há coisa que nos envelhece é o nosso amigo sol ou mais concretamente certos tipos de radiações que emana.
Já toda a gente ouviu falar de radiação UV, certo? É um sem fim de textos e artigos a alertar de que forma são prejudiciais e muito bem, porque nunca é demais falar nestas coisas! No entanto a verdade, é que temos um inimigo que convive connosco todos os dias e que é tão ou mais prejudicial que a radiação UV – falo-vos da Luz Visível!
A luz visível vem predominantemente do sol, mas nos dias de hoje, acabamos por recebe-la em grandes doses através dos telemóveis e computadores. Até que ponto esta luz é nociva e até que ponto nos podemos proteger dela? É disto que quero falar convosco!
Tem saído imensa investigação neste âmbito, assim que se começa a ter uma noção do impacto negativo dela: nos recetores oculares, nas alterações do sono e ritmo circadiano, e sobretudo na nossa pele, onde ela tem demonstrado ter efeitos negativos, muito além daquilo que se imaginava.
Para que percebam, a luz do sol é constituída por vários raios que afetam a pele: os UV, os infravermelhos e a luz visível. Tem este nome porque como o nome indica, é uma luz que conseguimos ver, ao contrário dos outros que são invisíveis. Esta luz visível é formada por cores, uma delas é a tão falada luz azul que os aparelho eletrónicos emitem, é a cor mais nociva pois é a que tem o nível de energia mais elevado e por isso é aquela que consegue penetrar em camadas mais inferiores da pele, provocando o caos e a destruição!
Rugas:
Não há como fugir, a luz visível é responsável pelo envelhecimento da pele, pois provoca stress oxidativo, ou seja ela gera radicais livres que por sua vez ativam a metaloprotaínase, uma enzima que pertence à família das endopeptidases que promovem a degradação da matriz extracelular e consequentemente acelera a destruição do colagénio (é um mecanismo muito semelhante ao causado pelos UVA). 
Secura cutânea:
Outra situação preocupante, é a secura da pele, que acontece por via da diminuição das aquaporinas, que são moléculas que ajudam a manter a pele hidratada, as aquaporinas são chamadas de canais de água, pois são elas de conduzem a água para dentro ou para fora das células e também participam do metabolismo do glicerol que é quem tem a capacidade de reter água no organismo. Assim, diminuindo as aquaporinas e o glicerol, não há lugar à função de hidratação que normalmente a pele teria, resultando em secura, que muitas vezes nos passa despercebida, como acontece com as peles oleosas.
Manchas
Uma das consequências que a mim me toca particularmente, é a indução de manchas na pele. Não se sabe ainda muito bem, quais sãos os recetores envolvidos; recentemente um estudo levantou a hipótese de que a Opsina 3 estaria envolvida como recetora de radiação que depois desencadearia o processo de criação de pigmento, mas tal não se comprovou, o que se sabe é que ela está envolvida de facto, mas não qual o mecanismo. Aquilo que é certo é a existência de uma correlação entre a radiação e a atividade anormal dos melanócitos.
O que fazer
Nada de pânicos, existem formas de contornar esta situação sem prescindir do uso dos telemóveis:
Protetor solar- mega importante! Mas não é qualquer protetor e sim um que tenha proteção de luz visível. Para que seja mais fácil identificar quais são, ao lado do símbolo UV deverão encontrar a sigla He-Vis que significa High Energy Visible. A maior parte dos protetores não contempla este tipo de filtros, pelo que devem estar atentas. Outra coisa muito importante é que também procurem protetores com cor ou façam a aplicação de base sobre o protetor, isto vai ajudar na reflexão dos raios e aumentar a proteção.
Filtros de luz azul para aparelhos elétricos: sim eles existem, muitos telemóveis já vêm com essa opção e no caso de não a terem é possível baixar aplicativos que o fazem. Baixar a intensidade da luminosidade também ajuda.

Espero que esta reflexão vos seja útil e convido-vos a conhecer a minha página de instragram @missmelasma

Muita luz no vosso caminho!
Por L.S.
Missmelasma

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Sobre a autora:

Chamo-me Marta, e sou apaixonada pela escrita e pelo mundo da beleza. Em 2013 , após um curso de maquilhagem profissional decidi juntar os meus dois amores, criando este blogue. Gosto de escrever despudoradamente sobre tudo. Maquilhagem, cuidados com a pele, estética, cirurgia plástica e saúde no geral, assim como partilho aqui algumas das minhas crónicas em que abordo tudo o que é possível e imaginário. Venham daí, conhecer o meu Mundo!

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