Não sei como cheguei até aqui. Após muitos anos a sonhar com a cirurgia bariátrica, depois de tentar os mais variados tipos de dieta, chegou o dia e , a partir daí, tudo mudou.
O meu apetite, o meu paladar , a minha auto-estima e o meu corpo.
Perdi perto de 60 kgs, passei de um 4 XL para um L/XL porque fiquei intolerantes a roupa justa.
Queria muito poder dizer-vos que deixei completamente de comer “ porcaria” mas a verdade é que não quero que a minha vida seja pautada por restrições. Então, obviamente que não como quatro bolos de uma vez de forma compulsiva e incontrolável mas, se for um dia de festa ou se me apetecer, como sim , uma fatia de bolo.
Como escreveu um sábio, a diferença entre o remédio e a cura está na quantidade , e eu como francamente muito menos doces, carboidratos que comia.
Salada de pepino passou a ser um dos meus
“ guilty pleasures” quando me dá a fome fora de horas.
Também aprendi que a fome aparece mais quando ingiro pouca proteína, então é comum atacar um pedaço de carne ( por exemplo) nas alturas mais inusitadas.
De facto a proteína e os carboidratos devem fazer meio prato de comida e a outra metade deverá ser preenchida por vegetais , já o faço automaticamente e não vivo sem legumes .
O que o meu corpo parece menos tolerar são fritos , pão, massas, arroz, batata. E se o corpo não gosta, comemos menos ou trocamos por outros de mais fácil digestão.
O processo de habituação ao novo regime alimentar , após a cirurgia é perfeito para que consigamos reaprender a comer. Passamos uma borracha na forma como nos alimentaram e nos aprendemos a alimentar e nascemos de novo com hábitos mais saudáveis , acima de tudo pensando no valor nutricional do que colocamos dentro de nós. Comigo resulta. Cortes radicais nos carboidratos ou uma dieta que os exclua totalmente não vai beneficiar o cérebro que necessita deles.
Mas, não tem que ser em forma de batata frita, sim?
O emagrecimento é resultado de uma diminuição naquilo que ingerimos, no défice calórico, consumir menos que se gasta no dia a dia, por isso o exercício físico é tão importante. Se faço muito exercício físico? Fiz nos primeiros meses , agora , confesso que para já tenho uma vida muito mais ativa que antigamente , já que tenho liberdade de movimentos com o peso que perdi. Só de pensar que não conseguia andar mais que cinco minutos seguidos sem quase cair para o lado de cansaço.
Ainda me faltam dez kgs, vão ser provavelmente os mais difíceis de ir embora já que ando nesta luta há uns dois meses . É normal que a maior percentagem de peso se perca nos primeiros meses , até porque quanto mais perdemos, menos temos a perder e o corpo luta com todas as suas forças para não ficar sem gordura. Já os teria perdido se andasse a ginasticar como em Dezembro e Janeiro mas, infelizmente alguns aspetos na minha vida tornaram-se mais complicados e a minha saúde mental é também uma prioridade para que consiga lidar com tudo .
Sei que vos devo este post há muito tempo, mas não tem havido criatividade, tempo ou paciência para grandes escritas.
As saudades que eu tinha disto. Já nem se usa, ter blogue, pois não?