Sentada na sala de espera de uma clínica veterinária, vejo a minha gatinha ser passada à frente por um cão enorme, transportado numa maca.
O dono, um rapaz novo, aguardava pacientemente que lhe viessem dar notícias sobre o seu amigo de 4 patas.
Vieram médicas e assistentes explicar-me que os médicos estavam ocupados com o cão que entrou em urgência e eu claro, compreendi.
Neste momento, ao meu lado, chora o dono, como se fosse uma criança porque o seu melhor amigo está com uma hemorragia enorme que não estanca e sugeriram-lhe que face à gravidade da situação, ponderasse...
O dono deixou de ser um rapaz aos meus olhos, passou a ser um Homem, sensível e leal, que está num estado tal que cheguei a pensar que fosse passar mal, e em vez de ambulância para o cão tivessem que chamar uma também para o dono.
É verdade que só descobrimos o amor incondicional quando somos pais, mas o amor entre um humano e um animal é algo que como diz uma prima minha, não há como voltar atrás.
Coloquei- me no lugar dele. Sabemos quando adotamos um animal que , à partida viveremos para os ver partir, mas não quero nem por sombras imaginar essa dor. Nem passar por nada semelhante.
Já não bastava querermos sofrer pelos filhos, a verdade é que sofremos pelos nossos animais também, que nos amam tantas vezes tanto ou mais que os nossos próprios familiares.
Inshalah o cão grande de dono corajoso e dócil sobreviva.
Inshalah.