SÃO 5 DA MANHÃ E AINDA NÃO DORMI
Tropecei, sem querer, numa notícia de 25 de Novembro sobre a última polémica da marca espanhola BALENCIAGA.
Dizer que fiquei chocada é pouco. .
Nos últimos anos , a BALENCIAGA tem sido notícia pelas suas malas caríssimas idênticas a sacos de lixo pretos. Pelos seus ténis destruídos que fizeram sucesso entre as celebridades. E por mim tudo bem. Chamem arte aquilo que bem lhes apetecer. Ou não.
E quanto a isto existe controvérsia, porque há sempre quem entenda que a arte não pode ter limites . Na minha opinião, desta vez a BALENCIAGA foi longe demais.
Usou crianças para a promoção de suas novas malas em peluche que vêem com adereços sado-masoquistas. Na mesma campanha estava uma trela, em cima da cama, e decerto não era para o cão, já que não existia nenhum.
Vê -se também, a adornar uma mala da marca, por baixo, documentos de acusação num processo de abuso de menores, e um livro de um senhor que dizem ser artista, cujas obras tendencialmente contém crianças, sem roupa.
Perante a indignação e as opiniões à volta do Mundo, em especial por parte de celebridades, a marca retirou tudo do site e veio pedir desculpas.
Desculpas não aceites. Falamos de adultos. É preciso que exista quem mostre indignação para que uma marca com um posicionamento forte no mercado (e uma marca não é uma pessoa, pode esta campanha ter passado por dezenas de pessoas antes de vir a público, e ninguém, absolutamente NINGUÉM viu nada errado?) haja assim. Romantizar a pedófili@? Usar, objetificar crianças vulneráveis para serem a cara de uma campanha que usa práticas sado-masoquistas para vender os seus produtos? Por mim podiam usar até vibradores na campanha mas nunca, em hipótese alguma , crianças.
E os pais daquelas crianças? Sabiam decerto o teor das fotos . É o derradeiro "vale tudo".
Tento entender o ponto a que chegamos.
A insensibilidade. Mais que um pedido de desculpas a marca deveria ser obrigada a pagar uma quantia substancial para uma associação que proteja crianças vulneráveis. A dar parte dos seus lucros mensais a quem precisa.
É impensável que uma ideia destas tenha sequer passado do papel, de um esboço num computador, de uma reunião, para obter a aprovação de todos aqueles que tinha que ter para que saísse a público.
Se quando saíram as malas-lixo e os tênis rotos envelhecidos achei que a marca tinha perdido a noção do ridículo , começo a achar que vai para lá do ridículo. Não temos que ser moralistas mas as crianças , a violência, o abuso, não podem nem devem ser usados como teasers ou fetiches aceitáveis.