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Marta Veloso
Hei-de morrer agarrada às minhas dores de infância, às minhas perdas, porque, sofrer é o preço que se paga por amar. E no fim, ainda que para a morte, acabamos sempre por perder alguém.
Infelizmente aprendi cedo demais , não a lidar com a perda, acho que nunca tal aprenderei. Sou daquelas pessoas que prefere nem saber que alguém lá longe morreu porque honestamente, tenho tamanho trauma com a morte, que sofro por todas elas. 
Em 2020, por exemplo, faleceram várias amigas da minha mãe, todas na casa dos 50, 60 anos , referências da minha infância, uma vez que durante os meus primeiros anos de vida, e devido ao facto de os meus pais terem sido pais muito jovens ( 19 e 21) ser a única criança " arrastada" ( e muito feliz por isso) para os encontros semanais nas ensolaradas esplanadas no centro de Torres Vedras. 
Eram então pessoas minhas. 
Os amigos e amigas dos meus pais. 
E eu sentia aquela atenção, o afeto, o mimo, e era uma excitação imensa andar naqueles cavalos ou aviões ou motas em que se metia uma moeda e largava de impulso para a frente e para trás, numa chinfrineira infernal, geralmente em formato de música do Avô Cantigas ou da Suzy Paula. E um a um, iam-me dando moedas, para que andasse uma e outra vez, ou para que fosse buscar um ovinho na máquina que parecia ter sempre presentes maravilhosos mas calhava sempre algo completamente ao lado. 
Como já devem ter percebido sou nostálgica e já me conformei com isso. 
É uma característica, não é sinónimo de negativismo, é saudade pura. 
Tive momentos muito felizes até aos meus seis anos. Incrivelmente felizes.
 Bendita seja a minha memória que permitiu que a cada tempestade pudesse olhar para trás e perceber que o sol também existe. 
Ainda me sinto aquela menina de quatro anos que detestava ir para o jardim de infância. Fiquei até aos 3 anos com a minha mãe em casa, fui criada pelos meus pais, avós e a minha tia , irmã do meu pai e talvez por me ter sentido tão amada até ao início da doença do meu pai, tenha sentido tanto o choque da realidade. 
Da menina que ia para Lisboa de comboio com o pai, a quem a tia, professora primária levava aos passeios da escola, antes mesmo de andar na primária, que andava no ballet e se sentia uma princesa, que tinha um quarto recheado de brinquedos que aqui e ali me ofereciam, comprados na feira mensal (  que isto há 40 anos era o mais perto do luxo que existia para quem morava numa pequena vila( na altura) da província).
Por vezes acho que fui buscar aos meus pais a criatividade, a capacidade de sonhar.
 Que apenas em muito novos tinham. O meu pai construiu-me uma casinha em madeira, enquanto que a minha mãe comprou mobílias em miniatura para que mobilasse aquela que foi a mais linda casa de bonecas que já existiu
( afinal foi feita pelo pai, decorada pela mãe).
Estava tão longe de imaginar as cambalhotas e perdas pelas quais passaria. 
Foi como se me roubassem o chão. 
Deixar de sentir a proteção por uma fatalidade que obrigou toda a gente a viver de forma diferente foi e ainda é uma perda irreparável na minha vida, e ainda não aprendi a viver com isso, apesar de décadas de terapia. 
Quando o meu primeiro filho nasceu, há 19 anos, o meu avô, um senhor sábio, austero, sofreu uma " metamorfose" de carácter. De repente , e voluntariamente a razão da sua vida chamava-se Henrique, tendo-lhe dedicado a existência até ao dia em que deixou de respirar, há quase cinco anos. 
Os cinco anos mais desoladores da minha vida. 
Penso que temos sempre os nossos pilares. Alicerces. Aprender a viver com a ausência da figura mais próxima da vida não era novidade para mim, mas, talvez por ser agora mais madura, houvesse mais alma para escurecer. 
Depois do meu amado avô morrer, tive mil arrependimentos.
 Que não devíamos ter internado o avô num lar aqueles últimos meses.
 Mesmo sabendo que lá ele teria cuidados médicos e de enfermagem que em casa nos era impossível dar. 
Mesmo sabendo que vivia com a avó também muito velhinha, a minha jovem de 93 anos, rija que nem um pero, e que quando caía, de madrugada, lá vinha eu de casa, lá longe, não sei bem se a dormir, se acordada para levantar o avô que estava confuso, caído no chão e não se conseguia levantar. 
Mesmo sabendo que tantas vezes quando ia buscar o mais velho à primária e o mais novo à creche, passava no lar para o trazer também, enquanto andava em centro de dia e ele me aguardava com inquietação e  abria os braços e brindava com um abraço grato. 
Às vezes, quase sempre , quando me lembro que não estava lá a dar-lhe a mão, a última vez que respirou, sinto uma culpa, uma tristeza de um tamanho que não consigo qualificar, como se fosse um peso que me afunda que carregarei para a vida, porque tenho a certeza que lhe teria sido mais fácil. 
Ele tinha a mesma dependência de mim que eu tinha dele. Só que ele sabia ser dependente do meu amor, eu tive a enorme noção disso naquele dia em que tive a certeza que não voltaria a ver o seu olhar e sorriso. 
Vivemos para dar aos nossos filhos o melhor , para os ajudar a ter uma vida honesta, honrada, feliz, fazemos sacrifícios pelos filhos , esquecendo tantas vezes que lá atrás, alguém fez o mesmo por nós. E quando esse alguém volta a ser dependente, não temos tempo. Não temos vida para isso. 
Dediquei os últimos anos da minha vida aos meus filhos e aos meus avós. Não me arrependo por um segundo. Apesar de ser trabalhadora independente e de já ter visto melhores dias , não é possível a acumulação do estatuto de cuidador informal. Ou seja, tomo conta da minha avó, mas não tenho direito a uma compensação que teria se não fizesse descontos, independentemente de auferir ou não alguma coisa todos os meses . Portugal, o país que castiga quem  faz descontos para a segurança social. Mais valia cessar atividade, cruzar as pernas , pedir RSI , estatuto de cuidador informal e o PSI, já que problemas de saúde crónicos não faltam. Mas não. O meu avô tinha orgulho de mim. Sempre me disse que tinha a certeza que ainda ia ser alguém. 
E sou. Uma mulher que cuida dos seus. 
No nosso país toda a gente se esquece que um dia seremos nós os esquecidos num lar. Se bem que o meu avô, o pouco tempo que o frequentou teve visitas praticamente diárias, mesmo sendo o lar em outra localidade. Decidimos confiar nos cuidados do lar onde o pai do Luís Santiago trabalha há mais de 30 anos, até porque o meu avô e ele tinham uma ligação de pai e filho e era a forma do avô se sentir sempre perto de alguém " dele". 
A saudade é isto. É aquele aperto no peito que te faz fugir de uma série para o blogger para " desembuchar" o que asfixia. 
Meu querido avô. Nem a morte nos separa. Nem a morte apaga o amor que nos une. 
Sou uma privilegiada por ter-te, ainda que não te possa ver, na minha vida. 
Hoje e sempre tua,
Ana. 

Meu querido avô


Tornei-me numa daquelas pessoas que, quando tem um tempinho livre percorre o YouTube para ver vídeos sobre crimes, cães, gatos, concursos de talento e, sem saber bem como caí na gigantesca teia dos vídeos de futebol, e por consequência, na sua esmagadora maioria, que bem ou mal, falam de Cristiano Ronaldo. 
Para mim, que, apesar de não ser uma adepta de futebol ferrenha, sempre estive rodeada de amantes de futebol, acabei por seguir o 
" menino de ouro" da nossa nação. 
E se nos primeiros anos era aclamado por todos os portugueses, uma altura houve em que era chamado de egocêntrico, narcisista, recebendo críticas e comentários a cada desgraça que acontecia no Mundo que " o Cristiano Ronaldo é que devia ajudar, tem tanto dinheiro".
O enorme mal do ser humano é querer ver os outros bem mas não suportar ver ninguém melhor que ele. E Cristiano não estava apenas melhor que a maior parte dos portugueses.
 O madeirense conquistou o Mundo, ocupando os media de todo o globo, que ora o elogiavam pelos seus gestos meigos para com os fãs, ora o crucificavam pela forma como algumas vezes se desleixou e se descolou do deus que todos querem que seja e fez algo que homens na sua posição não devem fazer. 
Cristiano Ronaldo já deu provas que não é um ser humano comum.
 Dedicou a vida a entreter pessoas de todo o mundo, sendo inspiração para crianças que tantas vezes não têm modelo a seguir. 
Cristiano mostrou que é possível vir do nada e tornar-se um deus no meio dos homens, independentemente de jogar ou não futebol.
 É quem acumula mais seguidores nas redes sociais e eu diria, sem grande dúvida, mais inveja e ódio. 
Cristiano está com 36 anos? 37? Começa a ser chamado de " velho" , Manchester United está praticamente a oferecê-lo a quem quiser ficar com ele, como se de um momento para o outro o ser humano passasse de deus a algo avariado, que já não serve.
Desde o reconhecimento público de Cristiano Ronaldo que jogadores dos  quais se dizia serem o " próximo CR7" foram uma espécie de one hit band, aqueles grupos musicais que lançam um hit que se torna tendência durante uns tempos e nunca mais ninguém ouve falar, porque vivem o resto da vida à sombra dessa fama, dos royalties e desaparecem. 
Sou capaz de me lembrar de uns cinco ou seis jogadores que foram uma espécie de OHB.
Mas alguém os crítica? Alguém se incomoda com o facto de não terem singrado? 
É aí que está o problema.
 Cristiano Ronaldo não é apenas o melhor do Mundo, Cristiano tem algo muito raro no futebol português, melhor, Mundial.
 Cristiano tem carisma, é meme, é sinal de respeito, de vitória, superação, de família, de homem- máquina, de alguém suprahumano, sobrenatural, divino   
Eu não sei onde está a admiração  àquele olhar que quase mata quando as coisas lhe correm mal, que interaja com o público quando o vaiam, que se ache um conquistador maior que os navegadores, já que o CR7 , queiram ou não, gostem ou não, colocou Portugal no mapa. 
Do que transparece, para além de uma pessoa extremamente focada na sua performance, forma física ( vejo mulheres magras não me dá a mínima vontade de fazer exercício, vejo o corpo do Ronaldo e sinto-me culpada por não procurar estar melhor, ter uma condição física mais saudável, maior mobilidade, viram os saltos daquele homem???), parece ser ótimo filho, pai, marido, irmão, amigo. O que é que queremos mesmo mais dele?
Do fundo do coração, desejo que continue a sua carreira e reencontre uma equipa que o estime, para que possa continuar feliz no futebol. 
O dinheiro que ele tem não nos diz respeito. 
Se tem muitos ou poucos filhos , se tem uma frota de carros de luxo, nada disso é importante para nós que somos apenas plateia para a vida dele. 
Porque se está no palco, é porque trabalhou para isso. Merece. 
Que nos alegremos com as conquistas daqueles a quem admiramos. Que não permitam que alguém bestial passe a besta.  

Cristiano Ronaldo


Foi certamente das primeiras mulheres que achei ter uma beleza sobrenatural, eu, que só tinha por bela a minha mãe, loura de olhos miosótis.
Brigitte Bardot arrebatou o mundo do cinema com a sua beleza e atrevimento, apesar disso, cedo se retirou protagonizando um apoio aos animais que na altura era raro.
Cabelos muito louros, ar indiferente de lolita, quase inexpressivo mas sedutor, como se de uma Deusa se tratasse, e aquela beleza irrepreensível, inatingível na qual milhões de mulheres se inspiram desde sempre. 
Os olhos muito maquilhados e o batom cor de boca que lhe confere o olhar penetrante e traz para os seus lábios alguma inocência.
Sempre quis recrear um look  de B.B.
Mas nunca me atrevi a fazê-lo. Um dia destes, sem nada que fizesse adivinhar, enquanto edito fotografias apercebo-me que há ali uma semelhança com alguém. 
Partilho convosco. 

Brigitte Bardot

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