Desde a minha adolescencia que noto uma tendencia que nós mulheres temos em resgatarmos relações do passado sempre que estamos solteiras e nos sentimos sózinhas.
Eu mesma, confesso que, reatei um namoro que tinha acabado ha mais de um ano e namorei outro. Grande erro. Foi outro ano sem paixão, em que nos admiravamos como pessoas, gostavamos um do outro como amigos, mas,  não haviam planos de futuro, e assim que me apercebi que eu não estava nos planos dele, decidi sair.
Voltaria anos depois para uma passagem flash , mas apenas para deixar a marca e o adeus. Coisas de jovem adulta. Aconteceu há mais de dez anos.
Não tive muitos namorados.
Tive uma adolescencia e inicio de idade adulta inesqueciveis. Com amigas que eram irmãs, com as quais ainda convivo, mesmo que por facebook.
E tenho muitas saudades. Desse tempo que não volta. De sair de casa com elas pronta para a diversão. Sem responsabilidades. Sem preocupações de maior. Dançar até cair na areia. Estavamos no Baleal, a areia estava por todo lado.
Das amizades de Casa de Banho.
Quem nasceu nos anos 70 e 80 sabe o que é uma amizade de casa de banho numa noitada. Se ia para a zona de Peniche em Agosto tambem sabe a loucura que eram as festas de Ferrel.

Como é possivel não procurar o passado, quando tivemos bons momentos, e o presente é tão diferente.
Não é uma queixa. É um desabafo.
Tentamos reconstruir padroes parecidos , a ver se atraem as coisas boas que tivemos.
Há la coisa melhor que uma sandes de "córate" e uma " mine preta"?
Na festa de aldeia a ouvir Quim Barreiros a rasgar os timpanos?
Para voltar a ter as amigas todas de volta, até fazia um dueto com a Ana Malhoa, a cantar o "Encaixa-mos".
Para voltar com elas para uma noite de ladies night, ver a Helia vomitar de nervos, a Marisa a pedir-me coisas... segurar a testa à Barbara e levar beijos na boca da Carla. Ah vida boa.
E sim. Sempre fomos heteros  .

Existem muitas mulheres que sem terem filhos são mães. Porque carregam em si corações capazes de amar um mundo inteiro.
 Existem mulheres com corações que por mais filhos que tivessem jamais amariam nenhum, ou o fariam sentir amado. Já vi filhos rejeitados, já vi mães chorarem filhos ingratos, e como mãe tudo me aflige, e só os meus filhos me acalmam e ao mesmo tempo me enlouquecem sem igual. Quem é mãe, aprende a olhar tudo de maneira diferente.
 Tudo passa para segundo plano. Aprendemos a viver com o coração fora do peito é certo. A primeira vez que nos afastamos dos nossos filhos , nem que seja para ir à loja da esquina, depois de nascerem, parece que sofremos uma mutilação cardiaca(como se tal fosse possivel).
O coração fica coxo, e manca, falta-nos o ar até revermos os nossos pequeninos outra vez. Quando ouvimos outras pessoas elogiarem os nossos filhos, um professor, como hoje eu ouvi, na reunião da escola...é o extase total. É a maior realização que uma mãe pode ter.
Aí deixa de existir mulher, esposa, profissional.. nesse momento, apenas existe uma Mãe. Uma MÃE gigante, capaz de encher e iluminar uma sala de aula inteira.
 Que percebe que tem feito um bom trabalho com a sua cria. Apesar de tudo. E que jura continuar a fazer tudo pelos seus filhos.Sempre. Para sempre.

Hoje, nos mail a desejar-me um Feliz Natal de uma amiga vinha um " estipula objectivos para 2014 e cumpre os todos um por um ". Devo ter andado a fugir todo dia dessa frase, porque me recordei agora mesmo dela. Já houveram posts muito dificeis de escrever, e este não vai ser fácil, tento que cada vez que escrevo, seja para mim uma terapia em que exorciso os demónios que me povoam a alma, e infelizmente a vida. Demónios bem reais, com os quais convivo, e que poucas pessoas lhes conhece o interior, a essencia. Existem doenças , do foro psicologico, mental, ou comportamentos, que quem o tem consegue parecer perfeitamente normal ou quase normal e até ser considerado uma boa pessoa para quem o rodeia. Essas pessoas podem sofrer de compulsoes, transtornos, obsessoes, que as tornam agressivas, violentas mal educadas, para os mais proximos. E quem está de fora nem se apercebe. Os médicos no entanto, pelos sintomas sabem dizer logo qual a doença que a pessoa padece. mas estas pessoas não aceitam medicação, são extremamente fechadas nelas proprias, socialmente prestaveis mas no contexto familiar são do mais repressor e opressor que possa existir, causando o medo a insegurança, a tristeza e tudo mais. São pessoas que não suportam a felicidade alheia. Especialmente se for a felicidade do par. parecem ter sido educadas a pontapé e murro, espalhando o vernáculo que ecoa por todo lado. Quando não estão assim que é quase o seu estado permanente, estão em silencio ou em limpeza compulsiva, porem , nada aparece limpo. Provavelmente ninguem sabe do que falo, espero mesmo que não. Desejo-o de todo coraçao, que toda a gente aqui passe, e que quem leia se espante e não saiba do que falo. Não se pode atribuir culpa a uma doença. Mas podemos saber , ou haverá barreira entre a doença e a maldade? Existirá diferença? Quando é que acaba uma e começa a outra? Quando acaba o pavor? Quando acaba o inverno e começa o Verão? Resoluções para 2014: Chega de tortura.