Marta Veloso

São raros aqueles que não tecem criticas ao jornalismo sensacionalista.
Escrita pouco elaborada, acessivel a todas as camadas da nossa população, desde a mais iletrada, que junta apenas as palavras até à mais instruida, as publicações denominadas de Sensacionalistas são virais, a veracidade da mesma é quase irrelevante.
Algumas pegam numa frase totalmente despropositada e só lendo o conteudo do artigo o entendemos.
É uma forma de vender, marketing explicito que resulta francamente, não só no nosso país como no Mundo inteiro.
Depois existem as "não noticias" como as que nos dão conhecimento do novo corte de cabelo da princesa, ou da ida do treinador do clube x ao cabeleireiro.
Da possibilidade de paixão do actor x pela apresentadora y.
Sempre fui da opinião que para esses jornalistas deve ser uma frustração tremenda não poderem falar de uma noticia. Ou todas as verdadeiras noticias que abordem se refiram a crimes horrendos , outro assunto que faz correr rios de tinta e vende como ginjas.
Ainda que não seja jornalista licenciada, como blogger, tenho milhares ( vários) de visitas aqui no blogue, e mais milhares ainda na Página do Facebook que conta ja com os 37200 leitores muito activos e participativos em tudo o que é publicado.
Entendo que sendo uma forma de imprensa relativamente recente seja ainda vista com alguma desconfiança.
Sou convidada com frequencia para conferencias de imprensa , fui sempre que consegui, tenho variadissimos posts e artigos onde baseio textos em conversas e entrevistas que faço ainda que não use desse facto , uma vez que considero pesquisa.
E é por isto, que sempre que ainda que me encontre em lazer e me surja alguma oportunidade de enriquecimento para o blogue, que possa ser util , dar alegria e orgulho às minhas leitoras e leitores fico desapontada com os entraves que encontro.
Hoje, na Avenida dos Aliados, durante o concerto do Rui Veloso pedi permissão a uma funcionária de uma empresa que me permitisse fotografar toda a Avenida. O sitio era privilegiado. Era entrar e sair.
Falamos numa viatura que por lá estava estacionada a fazer publicidade ao turismo e hospitalidade do Porto( curioso).
Como a tal viatura estava praticamente vazia expliquei que não demorava nada. E que tendo um blogue desta dimensão que tantas vezes privilegia a cidade seria bom para a empresa também.
Mostrou-me uma lista de varias folhas cheias de nomes,que pelos vistos não compareceram e disse em tom irónico sem perguntar quem eu era que não estava na lista.
Entendo que sejam ordens, entendo que estivesse a fazer o seu trabalho. Entendo tudo.
No entanto vi imensas pessoas entrar e sairem. Fazer o que eu não pude fazer.
"Obrigadinha" Disseram.

Aqui não é o dinheiro que fala, até porque gasto muito dinheiro cada vez que venho para cá. Em tudo. Não me limito em ficar num bom Hotel e restauração. Faço compras e recomendo lojas.
Mais de 90% das empresas que me contactam são da zona norte e tenho o melhor relacionamento possivel.
A beleza desta cidade é incomparável e só um filho desta cidade a contempla e prefere a qualquer outra tal como eu.
Hoje quis fazer mais. Poder elogiar ainda mais pelo que se faz por cá.
Mas fui impedida.
Afinal, até a hospitalidade tem limites quando não há boa vontade.
Por vezes sentimos impossibilidade, outras vezes obstaculos disfarçados de humanos, que nos impedem de trabalhar e dar corda à nossa criatividade.
Portanto, quando se depararem com mais um artigo sensacionalista pensem que por detras dele existem jornalistas que precisam de sobreviver, que a criatividade é barrada neste país e que efectivamente a culpa morrerá solteira.