Carácter

É curioso, como por vezes olhamos para trás e  entendemos que a nossa infância e adolescência foi plena de obstáculos, dificuldades, perdas, batalhas, que ainda hoje parecem mexer connosco.
Noto que, quando erro com os meus filhos, é sempre para que tenham abundância, algo que eu não tive, ainda assim, faço com que se apercebam que os meios não justificam os fins.
Que existe algo dentro de nós, seres sensíveis (não confundir com caprichosos),que nos faz saber distinguir o bem do mal. A vida não é uma  competição inescrupulosa ,deve ser acima de tudo uma experiência social, espiritual, solidária.
    Não sou melhor pessoa quando estou num hotel de luxo e me comovo a olhar para os pobres que vivem do outro lado do Mundo, passando provações como fome, violência, abandono.
   Não sou sensível se estou a viver uma vida cheia de luxos e me vem a lágrima ao olho com esse cenário vindo de uma tela.
Sou diferente dos demais, se, ao viver em sociedade,
ajudo  como posso, sentindo a dor do outro como se fosse a minha, vendo a necessidade dos outros e tentando da forma que me é possível ajudar.
A Humanidade é una. Todos, fazemos parte de um todo, sendo que a maior crise, é a de valores. Ajudar não doi, e faz-nos sentir úteis, gratos , dá um propósito muito maior à nossa existência. Nascemos sem nada, e um dia, morreremos sem nada.
Não é feio querer viver bem ,dar o melhor aos nossos filhos. Feio, é não lhes incutirmos princípios, valores.

Mostrar-lhes que não somos o centro do Mundo, que enquanto temos a sorte de ter um teto, roupas que nos aqueçam, abraços que nos consolam, existem meninos que em vez de adormecer com canções de embalar, dormem ao som de tiros, explosões, que esses meninos, não deixam de ser crianças , que se quisermos, todos podemos mudar o Mundo, mas que essa mudança começa dentro de nós , e.com o que fazemos passar aos nossos, ensinando-os a ajudar primeiro os mais próximos.
Tal como existem pobres de bens, existem pessoas pobres de espírito, que a única coisa que têm é dinheiro, ganância e soberba. Que colocam os valores à frente das pessoas, e que, por serem assim, julgam os outros como sendo iguais. Não conhecem outra realidade.
Pobres daqueles cuja única riqueza à qual têm acesso é à da abundância material.
Perdem o melhor do Mundo.
Os afectos genuínos, a gratidão, e comunhão com o Mundo real.



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Sobre a autora:

Chamo-me Marta, e sou apaixonada pela escrita e pelo mundo da beleza. Em 2013 , após um curso de maquilhagem profissional decidi juntar os meus dois amores, criando este blogue. Gosto de escrever despudoradamente sobre tudo. Maquilhagem, cuidados com a pele, estética, cirurgia plástica e saúde no geral, assim como partilho aqui algumas das minhas crónicas em que abordo tudo o que é possível e imaginário. Venham daí, conhecer o meu Mundo!

1 comentários

  1. Tens toda a razão...até me emocionei...quantas vezes digo ás minhas filhas que se virmos bem, até somos sortudas, temos um tecto onde viver, melhor ou pior temos comida todos os dias, elas têm roupa em abundância,o que calçar...temos as pessoas que nos são mais importantes vivas,e melhor ainda,bem perto de nós...
    Mas a realidade é que me martirizo por não poder lhes dar uma vida com mais conforto,menos preocupações...faço tudo o que me é possível, e muitas vezes impossível, para elas irem tendo o que tanto gostam, mesmo que não necessitem nada daquilo para viver...enfim, mães :'-)

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