E um dia percebes que desde o dia do teu nascimento, mais que a ganhar, tens a perder. E não é ver o copo meio vazio, não é que a vida não nos permita criar memórias que nos sejam tatuadas na alma. É que o Amor, esse sentimento que parece vulgar é tão único e raro que quanto mais o tempo passa mais são as chances de começar a perder pessoas para o infinito e não há nada mais assustador que a finitude dos que amamos, já que amar é tão raro e incomum nos dias de hoje.
Vejo pessoas que se toleram, pessoas que se aturam, e é tão especial ver um relacionamento, seja ele da espécie que for que não seja desequilibrado.
É como se sempre, em todos os casos de afecto, carinho, amor, existisse quem ama mais. Quem venera e o venerado. O interesseiro e aquele que dá sem pedir nada em troca.
Talvez por saber que o Mundo é assim, tão oco e superficial, tenho me afastado aos poucos das pessoas. Para haver um núcleo duro, familiar, que eu priorize, já que venho de uma famÃlia em que primeiro se valorizavam os estranhos negligenciando os de casa .
A vida tira, tira, tira. E o mais incrÃvel, é que muitas vezes tira para nos mostrar caminhos.
Já pensaram que se não tivessem passado por todos os caminhos difÃceis que passaram dificilmente teriam tido experiências e ligações afetuosas que tanto vos enriqueceram? Ok. Teriam outras, mas, aquelas que tanto valorizam hoje, provavelmente não.
A vida é sobre o quanto se perde e o tanto que temos que agradecer de ter tido quem perder.
Porque o sofrimento é o castigo que temos a pagar por Amar.
Então, e por mais que custe, o sofrimento da perda, o luto, este vazio que fica, é porque um dia já houve quem o preenchesse.
Vai em paz querida São. Esperam-te os teus pais, o meu, e um dia destes, reencontramo-nos.
0 comentários
Obrigada pelo teu comentário!