[E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Vinicius de Morais]
Os amigos são para mim intocáveis. É deles que espero a maior entrega, lealdade, companheirismo , cumplicidade. São a família que escolhemos. Ponto. Tal como diz o poema de Vinicius de Morais, poderia viver sem os amores mas nunca sem os amigos. São eles próprios uma extensão da minha alegria, da minha tristeza, das minhas angústias. Juntos nas conquistas mas ainda mais nas dificuldades.
Assumo. É a única vertente onde não assumo falhas. Talvez se contem pelos dedos de uma mão, mas ali deposito tudo quanto sou. E espero a mesma entrega de volta.
É por isso que a traição de um amigo me fere como um punhal. É o acto mais vil que podem fazer-me, a seguir a magoarem os meus filhos.
E as redes sociais, com tudo o que de bom e mau têm, permitem-nos contactar com novas pessoas, chamar novos rostos à nossa vida. É neste contexto que surge a minha história. Embora recente, permitiu-me viver bons momentos, de alegria, convívio, amizade, brincadeira, cumplicidade.
Depois surgiram as dificuldades. As mentiras. A necessidade de aceitar que a pessoa que conhecemos não é, afinal, como diz ser. Como se encara o facto de a pessoa a quem abrimos a porta de nossa casa ser uma farsa? Com a qual partilhámos tantos segredos… que apoiámos… que escutámos… que abraçámos… que consolámos na dor…
E sem razão aparente, sem necessidade de esconder o que quer que seja ou de inventar bens materiais que não existem. Para alguém que era capaz de viver debaixo da ponte se fosse necessário, substituir uma amizade por uma casa, um carro ou uma mota é só um golpe mais baixo do que o que se consegue aguentar.
Não consigo. Simplesmente não consigo. Não consigo deixar de sentir-me traída. Nem de ignorar que a pessoa não aceita que mente. Mas que mundo é este em que vivemos? Que não somos capazes de aceitar os nossos defeitos e limitações? Será que as pessoas acham que conseguem fingir para sempre e sair impunes? Nunca poderia tolerar isso para o bem da minha sanidade como mulher e como amiga.
Por isso hoje, enquanto escrevo, não posso deixar de sentir uma mágoa imensa. É certo que não pode apagar-se o passado, nem as nossas histórias. Mas fica sempre um amargo na boca quando o que recebemos em troca é uma mão cheia de nada.
1 comentários
Gostei konkordo e é tocante...
ResponderEliminarÉ tao bom ter amigas verdadeiras...
Pena haver as traicoes isso doi demais...
Gosteiii kerida...
Obrigada pelo teu comentário!