In:

9 ( Nove)

É dificil descrever o Amor que se sente por um filho.

Posso dizer, que só quem ama incondicionalmente alguém , consegue ter uma ideia aproximada.
E o amor incondicional é um amor cego, visceral, imortal. 
Faça a pessoa o que fizer, nada mata esse amor que sentimos.
Existe , para quase todas as mães, um antes e um depois de se ter um filho. Mudamos. Deixamos de ser quem somos e tornamo-nos um Mundo de Amor e preocupação pelas nossas crias.
Enquanto dependem de nós, algo que apreciamos e ao mesmo tempo nos assusta, somos autênticas lobas. E aquela criança, que temos ali, torna-se de repente todo o nosso Universo.
E é dificil, voltarmos a ter noção da realidade, que somos individuos, quando estamos inebriadas pela sensação de milagre que é ver nascer um filho.
Quando fui mãe pela primeira vez, não tinha um pai a acompanhar-me. Não me fez falta, talvez sentisse pena, que o meu filho não tivesse um pai presente, responsável, que dignificasse a palavra e o papel de um pai. Mas o meu filho sempre soube lidar muito melhor com isso que eu.
 Na realidade, queremos que os nossos filhos tenham tudo. E para ele, na sua forma de ver as coisas, nada lhe faltava , e era feliz.
Quando me casei o Henrique ganhou um pai.
 Um pai ainda mais preocupado que eu( e eu sou galinha...). Ser pai não era novidade para ele. Penso que essa tenha sido uma altura de grande realização e felicidade para o meu filho mais velho. E para mim também.
Dois anos depois, engravidei . Não foi planeado, mas assim que confirmei a gravidez, tal como aconteceu com o Henrique, amei-o.
Tive uma gravidez dificil. Internada, cheia de problemas de saúde, até ao ultimo minuto suspeitou-se que o bebe poderia vir a ter problemas.
Senti cada dor , todas as contrações, foi sem dúvida um dos momentos altos da minha vida.
O Luis Santiago teve que ser reanimado. Nasceu com pouco mais de 1kg e, só o vi  uma hora depois de nascer. 
Quando o puseram ao meu lado, olhei-o, chamei a enfermeira, a médica, o médico enquanto o meu marido olhava para mim assustado.
Gritei para que o levassem dali. 
Senti medo. Tanto medo. 
A enfermeira e a médica correram , queriam saber o que se passava.
“Levem-no! Ele não é meu! Não pode ser! É tão bonito!”

O meu marido olhava sem saber se o que eu estava a dizer podia ser verdade, a médica e a enfermeira riam. 
Asseguraram-me que naquele turno , tinha sido o único bebé do sexo masculino a nascer.
E foi aí que tive coragem de lhe tocar, incrédula . 
Como era possivel um bebé tão perfeito, acabado de nascer? Lembrava-me do Henrique com 3kgs, roxo e com feridas na cabeça, como todos os recém nascidos!! 
E o Santiago, talvez por ser mais pequeno, aliás, bem mais pequeno, parecia um boneco.
Foi avassalador. Ser mãe uma vez é magnifico, duas vezes é amor a dobrar.
A dor maior foi que o Santiago  teve que ir para uma incubadora, e eu não conseguia afastar -me dos cuidados intermédios da Maternidade Alfredo da Costa. Não consegui ir para casa quando me deram alta, fiquei no Hotel em frente, e assim podia estar das 8 da manhã até à meia noite com o meu bebé.
Chorei horrores naquelas noites. Num hotel 4*, longe dos meus dois filhos e do meu marido.
Não aceitei de forma alguma ir para casa.
No dia em que deram alta ao Santiago quase corriamos na rua, com medo que mudassem de ideias e não o deixassem sair.
O Henrique vibrava com o irmão bebé. 
E hoje o meu prematuro já tem um mano com 15 anos. 
Hoje o meu filho mais novo faz 9 anos.
Não sei o que seria se não fosse mãe. Seria muito provavelmente mais pobre de sentimentos e emoções.
Ser mãe é aprender a viver com o coração fora do peito, e eu sou daquelas mães que só está bem com os pintainhos debaixo das asas...
Por mim, tinha mais uns dois filhos. Coisa que os mais velhos nem podem ouvir falar.
Parabéns Santiago. 
Obrigada por me ensinares tanto.
Obrigada também ao Henrique pelas lições que me dá diariamente e que me deixam perplexa.
São os dois parecidos com a mãe em termos de feitio, teimosos, meigos, atenciosos mas serão com toda a certeza muito mais felizes, porque todos os dias faço por isso.
São o meu tudo, o melhor de mim.




Partilha isto:

Sobre a autora:

Chamo-me Marta, e sou apaixonada pela escrita e pelo mundo da beleza. Em 2013 , após um curso de maquilhagem profissional decidi juntar os meus dois amores, criando este blogue. Gosto de escrever despudoradamente sobre tudo. Maquilhagem, cuidados com a pele, estética, cirurgia plástica e saúde no geral, assim como partilho aqui algumas das minhas crónicas em que abordo tudo o que é possível e imaginário. Venham daí, conhecer o meu Mundo!

2 comentários

Obrigada pelo teu comentário!