Pandemia de 2020, estou em casa com duas crianças asmáticas que não saem há uma semana e com uma avó de 90 anos que, tal como todos os idosos pensa que tudo não passa de alamismo e que já passou por tanta coisa , que não vai ser um bicharoco “ranhoso” invisÃvel que a irá deitar abaixo.
Os professores têm estado muito ativos, desde incumbir tarefas diárias aos alunos a criar aulas virtuais para que os mesmos não se tornem ainda mais preguiçosos que são ( palavra de honra, o que eu me lembro da bruxa da minha professora do ensino básico que batia democraticamente em todos os alunos , mas que não deixava que aluno algum terminasse o ano sem saber tudo, de fio a pavio, não estou a criticar de forma alguma os professores dos meus filhos, pelo contrário, sou devota da professora do mais novo, Senhora da Pachorra Infinita, que Deus a proteja e mantenha a calma que eu não tenho).
E é a meio das tarefas que a Santa Professora tem colocado que, imaginem, falha a desgraçada da tinta da caneta e se instala o caos.
Correm-se as canetas todas cá de casa.
Uma a uma.
E, falham todas.
Provavelmente num suicidio colectivo perante o Covid-19.
Como as entendo...
Gastamos a última hipótese. A Caneta-Feia-Sagrada-da-Avó. E é vê-la resmungar, negar-se a emprestar a sua queridÃssima Caneta-Réplica-de-Parker-que-eu -dei-há-35-anos-ao-Avô, os pensamentos que se me ocorrem completamente obsessivos e já com alguns maneirismos psicopatas a pensar que vamos todos morrer não por falta de comida ou alimentação, mas porque se acabaram as canetas. Oh que morte mais triste!
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