Também no privado
Há cerca de 3 anos atrás , eu que não sou muito certa do sistema reprodutor, comentei com uma amiga que estava farta do período que há 2 meses e meio corria incessantemente.
Sou sempre super ocupada e preocupada com quem me rodeia, tanto que , apesar de não me desleixar em exames de rotina anuais , deixo os meus para ultimo. Primeiro os filhos, avós, existem inumeras especialidades em que as crianças são seguidas , os avós tambem , e a casa , os afazeres, não resta mais , chego a ir as urgencias para mim a meio da noite a arder em febre sozinha porque não há alternativa. Não é discurso de vitima mas de quem se desenrasca com o que dispoe.
Tive na altura uma amiga que me obrigou a ir as urgencias na CUF , acompanhando -me .A médica passou - me a um genero de ginecologista.
Abriu me as pernas e disse -me encolhendo os ombros com um ar frio e distante" tá gravida , mas esse seu filho já não se safa, tá a abortar, tem o colo do utero todo aberto"
Fiquei paralisada. Devo ter mudado de expressão. Enquanto tirava a luva ensanguentada com ar enojado olha -me com arrogancia e diz:
"Pronto , é ansiosa. Vai chorar é? "
Passei-me.
"Está a dizer-me que estou a abortar??? "
"A vocês ansiosas não se pode dizer nada. Ficam logo histericas. "
Eu estava tão sensivel. Estava à espera de tudo menos de um possivel aborto. Espontaneo.
"Isto acontece muito as pessoas é que nem dao conta. Vá fazer eco para saber se é preciso tirar restos
Vesti-me , saí do gabinete a chorar e desci as escadas de emergencia q quase nao sao usadas. Fiquei com a minha amiga. Pedi lhe q ligasse ao meu marido.
Não condeno quem aborte.
Mas engravidei duas vezes sem querer. A primeira gravidez tem me custado ainda hoje anos da minha vida. Embora o meu filho seja o melhor q tenho veio agregar muitos problemas especialmente a propria criança causados pela instabilidade da familia paterna.
E aquela terceira gravidez... nem soube da sua existencia até ja ser um resto...
"Seu filho" disse a especie de médica.
Raio que a partisse.
"Voces as ansiosas"
Fui fazer a eco. O medico foi amoroso. Disse que não havia vestigios de nada.
Fui falar primeiro com a medica de clinica geral. Disse lhe que nao voltava à ginecologista nem obrigada. Contei lhe o sucedido. Ela entendeu. Ligou à dita, passou receita do que eu teria que tomar. Passou me a uma outra medica assim que me sentisse melhor para rever o planeamento familiar.
Eu quis saber o porque da outra senhora me chamar ansiosa.
A medica de clinica geral explicou-me que provavelmente tera visto que sofri de depressao pos parto um ano antes e fiz medicação. Constava na ficha da Cuf.
E é assim que se criam estigmas.
Quando criaturas desprovidas de emoções , sensibilidade e tacto trabalham em contacto com seres humanos que passam por situações frageis como estas.
Tornam dramas em traumas podendo desencadear depressões.
Estas senhoras são a vergonha do genero feminino, da classe médica .
O triste é que me apanham sempre fragil.
9 comentários
Lamento que tenhas passado por essa situação.lamento tanto. A única vez que fui mal tratada por um medico fiz queixa formal do mesmo.Levou só uma reprimenda mas teve que me pedir desculpa. ha pessoas estupidas em todo o lado.Mas em momentos que estamos fragilizadas não deveriam existir.mesmo.bjs
ResponderEliminarHá gente que não foi feita para ter de lidar com as pessoas. Tratam as pessoas como lixo, parece que estão lá por obrigação. Então eu pergunto-me: Raio, se não queres estar aí, sai! Não faltam pessoas COMPETENTES para ocupar o teu lugar.
ResponderEliminarInfelizmente, há pessoas muito mal formadas por aí! Em momentos como estes, o Mundo cai-nos aos pés. Havemos de fazer o quê? Rir a gargalhada? Enfim, há coisas que me deixam de boca aberta por tão estúpidas e desnecessárias que são. Temos excelentes profissionais no nosso País, mas também há outros que de profissionais não têm nada!
Beijinho enorme, Martinha*
Infelizmente já sofri 3 abortos e desisti de engravidar :(
ResponderEliminar:( ai! De facto há pessoas que não deviam estar a tratar dos outros. Mas infelizmente dessas encontramos em todos os sectores.
ResponderEliminarNão consigo imaginar o que será passar por isso, mas a falta de sensibilidade é o pior, como é que se pode tratar assim alguém num momento tão difícil...
ResponderEliminarQue horror, cada vez mais oiço histórias destas.... acredita que por exemplo no Garcia de Horta, tratam de igual modo os pacientes... é uma vergonha!
ResponderEliminarLamento pelo q passaste, nem consigo imaginar...
ResponderEliminaré mm uma vergonha existirem essas especies de medicos. numa altura em q estamos fragilizados queremos alguem q nos conforte, q nos ajude, q nao nos julge... o q essa mulher te disse nao se diz a ninguem...
Sei do que falas, pois passei por isso seis, sim!!! 6 vezes e não tenho filho nenhum !!! apanhei muita gente que nem para veterinária servia,em compensação encontrei um médico que foi Deus que o colocou no meu caminho, pois uma dessas vezes eu já tinha entrado em como, pois a besta que anteriormente me tinha consultado não me tratou em condições o que levou a uma septicemia, o que me deixou no estado de coma, e essa anjo apareceu então e me salvou, quando outros disseram ao meu marido e à minha mãe para que se preparassem que eu não viveria. :(
ResponderEliminarMas que situação tão delicada e triste! Infelizmente existem medicos/as que nunca deveriam seguir essa profissão pois sensibilidade é algo que não têm e nem sequer se preocupam como nos dão as noticias. Lamento imenso que ja tenhas passado por ela :(
ResponderEliminarObrigada pelo teu comentário!