Não é segredo para ninguém que passamos por uma época que ficará para a História. Há cerca de um ano que fomos obrigados a alterar todos os nossos hábitos e no que me diz respeito não tem sido tarefa fácil.
Sempre fui " bicho de rua", passava os verões na casa dos avós maternos, na praia, descalça, brincava na rua, cá ou lá e fui uma criança e adolescente que sempre teve a liberdade que quis. Nunca me foram impostos horários para chegar a casa, sequer.
Como menina era algo muito raro, até porque vivíamos tempos analógicos, o digital tardava em chegar. Não me fez falta nenhuma. Cresci a poder respirar livremente no campo, no mar ou na cidade a conviver com quem queria a abraçar as minhas amigas que eram o mais perto de família que tinha de forma que esta realidade é para mim quase que dolorosa de ser vivida.
Tento ver o lado bom, a proximidade constante com as minhas crianças, o meu núcleo que ficou mais coeso, mas sinto-me presa.
Por saber que o confinamento é para o bem de todos escolho ficar em casa o mais que consigo e assumo que a nível psicológico me tem afetado , e por vezes me sinto instável.
Ora triste, ora ansiosa, ora quase que desesperada.
O meu atual sonho é ir ver o mar. Tenho tantas saudades. Pode ser o de Santa Cruz que fica a poucos quilómetros.
Tenho saudades da praia. Das pessoas .
Mas quero acreditar que um dia isto vai passar.
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