Os meninos diferentes

Há vinte anos atrás, não se falava ( que me recorde) de autismo. Perdoem as mães e os pais que me leem, no máximo, dizia-se que as crianças tinham "atrasos".
Era assim que eram rotulados todos aqueles que nasciam diferentes, e, que de alguma forma, não "acompanhavam o rebanho". Fosse por trissomia 21, por paralesia cerebral, tinham todos um "atraso".
Afinal, atrasada estava a sociedade e a medicina, e ainda está, no diagnóstico e na forma de lidar com a diferença.
Penso que o autismo, embora tenha varios contornos, uns menos graves que outros, seja das diferenças que menos me custe a entender.
É quase uma ironia da Natureza.
Foi tão facil entender o autismo sem que ninguem mo explicasse.
Tive uma pessoa perto com autismo.
No dia em que esse menino olhou para mim e falou comigo, momentos que são muito raros, tive uma alegria imensa. Senti-me especial, escolhida, quase abençoada.
Os Autistas não são anti sociais por escolha própria, mas por definição, assim como a maioria dos seres humanos teem por definição a intriga e s maldade e outros a filantropia.
Os Autistas criam um mundo só seu. Onde entram os seus escolhidos, objetos com os quais falam, ou amigos imaginarios, ou "nadas". Raramente olham nos olhos. Raramente interagem.
Vestem a "armadura" de uma solidão a vida toda. Com mães e pais que os amam e protegem, de quem são muito dependentes. Muitos deles com medicação .
É preciso que se aceite esta diferença. Para que as mães não temam o futuro. Para que estas crianças cresçam em segurança. São meninos que desconhecem o medo, na sua maioria.
Mas precisam e sentem o Amor.
E na minha opinião, o Amor... faz milagres.
Ah. Os Autistas são inteligentes, apesar do que se possa pensar, o problema inter relacional é desconhecido a razão...