Já estamos todos habituados aos julgamentos pelo aspeto físico, certo?
O pior é que nós acabamos por em alguma altura da nossa vida fazê- lo , involuntariamente.
O mais comum que ouço ( desculpem meus amores mas a verdade é que este tipo de elogio me mexe com o sistema nervoso) é que tenho uma beleza exótica. O que é uma beleza exótica?
É um tipo de beleza que apesar de não obedecer a um padrão, conjuga vários aspetos de determinadas raças , resultando apesar da confusão étnica num rosto agradável à vista.
Olhos ligeiramente orientais, pele muito pálida europeia, lábios grossos africanos com maçãs do rosto proeminentes .
Confusão. Diz que é beleza exótica. Por mim tudo bem, já convívio com este rosto há muitos anos, e gosto muito dele.
Mas afinal a beleza não é subjetiva?
A verdade é que a beleza tem padrões.
Podemos não gostar, mas tem.
E os cirurgiões plásticos têm uma explicação muito clara :
O segredo está na harmonia.
Desde que olhos, nariz, boca, testa, queixo, tenham tamanhos proporcionais ao tamanho do rosto e distem entre si de forma “normal” está tudo bem. Não se mexe em nada. Pessoa comum que com uns kgs de maquilhagem pode ficar muito bonita, e sem nada passar na rua desapercebida.
No entanto, quantas vezes vimos pessoas que têm olhos bonitos, boca, nariz, testa, queixo, tudo perfeitamente normal e o conjunto não resulta?
Conheço algumas assim.
Para mim o comum ou normal torna- se muitas vezes aborrecido. Ainda bem que tenho esta
“ beleza exótica “ não queria nada ter meio mundo igual a mim.
Estamos numa fase em que a maior parte das mulheres comuns com acesso a procedimentos estéticos têm imensas semelhanças com a Kim Kardashian. Huda Katan, Camila Coelho e tantas outras... nada contra!
Mas o exterior não passa disso. Não altera a nossa personalidade nem faz de nós melhores ou piores pessoas. O mais importante é sentirmo- nos bem. Em paz. Por isso não tenho problemas em afirmar que já recorri a uma cirurgia plástica e caso ache pertinente farei as que fossem precisas. Não pelos outros , mas por mim.
A verdade é que é impossível é absolutamente desnecessário agradar visualmente aos demais. Quem não gosta de nós vai sempre encontrar defeitos. Que no fundo só espelham problemas deles. Honestamente não me diz nada se a pessoa X tem os olhos pequenos e a Y o nariz grande.
Por vezes deviamos ver-nos como animais. Perceber que um nariz é apenas um nariz, serve para sentir cheiros, para respirar. E não para ser medido, julgado e ridicularizado por ser grande ou pequeno. Mas somos humanos. Temos que nos entreter a falar de alguma coisa.
Temos que justificar as nossas implicâncias com as características dos outros.
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