Fui mãe solteira aos 25 anos. Na altura ficou toda a gente contra mim. Família, amigos, foram poucos aqueles com os quais pude contar. Vivia sozinha na altura.
Não tinha qualquer intenção de ficar com o pai dele, então... Assumi o meu filho como "aquilo" que me tiraria da depressão pela qual passava há anos. E de facto foi um antidepressivo incrível.
Foi difícil para caralho. Mas asseguro-vos que desde o momento em que mo puseram ao colo soube que este amor jamais morreria. Tive a certeza que jamais iria pensar sequer que não queria mais viver.
Ao longo do percurso, e da nossa história que durante anos foi a dois, nunca lhe faltou amor. Especialmente dos bisavós, meus avós paternos que viviam para ele. A minha avó ainda acorda e vai a correr dar lhe leite à cama. Imaginem... O mimo.
Aquilo que mais me custou foram as noites de choro de bebê normal, em que sentia mesmo falta de ajuda. Cada vez que ele adoecia eu sentia - me morrer.
Casei quando ele tinha 5 anos com um homem que é o único que sempre tratou dele como filho. Que apesar de não ser pai o leva aos fins de semana juntamente com o nosso filho em comum. Que foi seu encarregado de educação durante anos, ia sozinho as reuniões e saia delas INCHADO de orgulho porque o "filho" sempre foi o mais inteligente. O que tinha 100% a tudo e aprendeu a ler no primeiro período do primeiro ano. Que no segundo período do primeiro ano andava com os livros de Harry Potter e eragon debaixo do braço (livros quase maiores que ele).
Passados uns anos o Henrique começou com tiques, maneirismos até que se descobriu que tinha autismo num grau leve. Fiquei aliviada. Porque afinal não era louco nem preguiçoso. É apenas uma característica dele.
Acabei de saber que o diretor da escola o propôs para uma bolsa de mérito porque teve médias altíssimas.
E estou com um nó na garganta.
Uma espécie de orgulho com admiração extrema que sinto pelo meu adolescente de 16 anos.
A diretora no ano passado disse me que pensaram em coloca lo numa turma de ensino especial. Mas sendo ele o melhor da turma não se justificava (lógico).
Como podem ver, não interessa se somos abençoados com uma família imensa.
Com rios de dinheiro ou com todas as vontadinhas e caprichos.
O meu filho sempre teve apenas a família da mãe que é pequena e tem ido tão longe que me rebenta o coração de alegria.
1 comentários
Claro ♥ e com uma mãe como tu ♥ só podiam ser crianças felizes!
ResponderEliminarObrigada pelo teu comentário!