Quando é para ser até o Diabo sai do Caminho

Olá!

Depois do sucesso do guia das redes sociais, decidi escrever sobre aquelas técnicas maravilhosas que homens e mulheres usam diariamente para tentar arranjar quem lhes aqueça os pés. Ou arrefeça, com este calor.

Eu por exemplo sou ótima na arte da indecisão.
Será muito difícil captar a minha atenção, despertar o meu interesse. 
Talvez tenha a ver com as desilusões que acumulo , com a minha certidão de nascimento que insiste em dizer que eu não nasci ontem. 
Então, conseguir um date comigo torna-se complicado e não me estou a vangloriar. 
Estou a lamentar-me.
 Não há nada que eu quisesse mais que sentir-me com vontade de sair num date, ter aquelas borboletas no estômago, andar sem dormir uma data de dias, ansiosa, olhar para o telemóvel de dez em dez minutos. Enfim. 

Digamos que nascida no final dos anos 70, parece-me que já vivi tempos mais fáceis e estimulantes para estas coisas de encontros. 
Primeiro, porque acho que dificilmente uma companhia masculina será melhor que uma série na Netflix ( não me levem a mal não são os homens que são maus, são as séries que são muito boas) e depois ( eu refiro-me a homens porque sou mulher, hetero e a minha experiência sempre foi com o sexo masculino) acho que os homens se tornaram comodistas.
Querem sair com uma mulher,  mas querem uma espécie de Telegaja a quem telefonem e lhes vá ao domicílio.
  E é daquelas situações que tenho alguma ( muita) dificuldade em conceber. 
Talvez porque todos os namorados me tenham vindo sempre buscar e por em casa , talvez porque gosto de sentir que a pessoa quer realmente estar comigo e, porque acredito que quando queremos somos capazes de dar três voltas ao mundo para estar com quem queremos estar. E se o interesse parte do outro, é ele que se tem que mexer... não?

Numa fase inicial ( que pelo que observo a maior parte das pessoas não sai disso , porque parece ser mais interessante a quantidade que a qualidade, mais um ponto que não entendo) gosto que quem se aproxima demonstre interesse e , tome uma atitude!
Como sabem, uma das páginas que tenho no facebook aborda relacionamentos , talvez parte do meu trauma tenha a ver com o que me contam por lá, e uma das situações mais recorrentes são homens que abordam mulheres com a proposta “ irrecusável “ de : “ Quando é que vens ter comigo a ( preencher com uma localidade a no mínimo 50kms).
Talvez eu seja mesmo muito antiga, mas não deveria ser o interessado a mexer-se? 
Ai, D.Juans da Berlenga, tenho a impressão que nem gaivotas  iam na conversa. Ou talvez fossem, de tanto que acontece isto.

Outra situação que me aconteceu umas 678 vezes: Pedem-me o número de telefone e eu dou uma desculpa pobrezinha. “ Ah deixa lá melhor não, não quero estar a incomodar-te para o teu número “, sim, viro o bico ao prego com uma certa lata .
E eles insistem . Dizem que não se importam como se me estivessem a fazer um enorme favor, a pedir o meu número de telefone. Mas, como sou boa pessoa não lhes dou. 
E eles ficam a pensar “ que miúda  porreira esta, pensa no meu bem estar”.
Eles caem. Sim, sim, já sei. Calham-me criaturas com QI abaixo dos 30. E eu sou tramada mas, a prejudicada sou eu, então, tudo bem.
Depois, sendo que a pessoa já conta com 40 anos e tem dois filhos também acontece levar com investidas de senhores que dizem logo nas primeiras abordagens não querer nada sério porque ainda pretendem casar e ter filhos e precisam  esclarecer logo esse ponto. Lá  está, a mania que há as mulheres que são para casar e as outras que são para ... sei lá la o quê. 
Como se eu estivesse muito interessada em aumentar o meu número de filhos ou em casar.
Senhores esses,  que me fazem esse aviso antes de eu responder “boa noite “ ou antes de saberem de onde sou. 
Toda a internet está um Tinder pegado.
 E eu tenho pena, porque honestamente já lá vai o tempo em que se conheciam pessoas mesmo porreiras. Interessantes. 
Hoje em dia sinto que as pessoas escrevem um texto e mandam para os 298 contactos, lançam a rede a ver quantos peixes apanham.
E isso sente- se. Nota-se. E torna tudo tão desinteressante . 
Mas também acredito que no meio de toda a mesmice, dentro ou fora da internet, algures por esse mundo estranho, existem pessoas interessantes, cativantes. Talvez numa ilha deserta, ou... a viajar, ou casados com espertalhonas que toparam o seu potencial na altura certa.
E também existe muita gente que não sabe simplesmente como abordar quem lhe interessa. 
Nesses casos, o melhor é não complicar. 
Ser sincero, direto, e tentar falar com alguma emoção. 
Por sentimento nas palavras. Ou entusiasmo. Vontade. Esta mania de toda a gente  fazer convites  como se se estivesse a cagar para a resposta, não atrai ninguém.
As pessoas andam saturadas de pequenos e grandes nadas. Para relacionamentos seja de amizade ou algo mais, a intensidade é um ponto a favor. Um não, mil, numa escala de 1 a 100.



Partilha isto:

Sobre a autora:

Chamo-me Marta, e sou apaixonada pela escrita e pelo mundo da beleza. Em 2013 , após um curso de maquilhagem profissional decidi juntar os meus dois amores, criando este blogue. Gosto de escrever despudoradamente sobre tudo. Maquilhagem, cuidados com a pele, estética, cirurgia plástica e saúde no geral, assim como partilho aqui algumas das minhas crónicas em que abordo tudo o que é possível e imaginário. Venham daí, conhecer o meu Mundo!

2 comentários

  1. Penso que é a primeira vez que comento, embora já não seja nova por estas tuas paragens. E estou a comentar porque, apesar de ser um pouco mais nova e não ter filhos, não poderia ter-me identificado mais com o que disseste. É inacreditável a forma como os homens andam comodistas e só me resta concluir que a culpa é das mulheres que permitem que assim seja. Enquanto existirem mulheres que acreditam que não merecem mais e melhor, continuarão a existir exemplares com atitudes como as que descreveste. Que pena, pois todos perdemos os melhores momentos que são o flirt e o início das relações.

    Não Digas Nada a Ninguém

    ResponderEliminar
  2. Não é para defendermos ninguém, nem para acusarmos ninguém, nem estamos a referir-nos a ninguém em específico. Mas podemos dar o nosso exemplo. Quando comentamos a nossa relação dizem-nos que já não se faz mais disto, quando estamos a referir-nos a coisas boas. À nossa parceria, ao estarmos sempre juntos, ao facto de estarmos juntos a 200% nisto da vida a dois. Por outro lado, quando comentamos coisas menos positivas já não entendem e dizem que não se sujeitavam a isto. Passamos a explicar: os dois demoramos imenso a escolher roupa, logo quando vamos às compras, sabemos que será um dia para ela, um dia para ele. A maioria comenta que não seria capaz de aturar isto. Pois os sacrificios são para ser feitos de parte a parte. Quando eu (Telma) digo que vou passar o dia inteiro ao futebol, não gostando particularmente da actividade elas dizem que não o fariam. Mas é importante para ele, tem que ser importante para nós. Quando ela quer ir sair com amigos para dançar, eu (Pedro) não gosto particularmente, mas vou e, tal como ela no futebol, acabamos por nos divertir. Acabamos por gostar porque estamos a satisfazer o outro. Hoje em dia não sentimos que as pessoas estão dispostas a sacrificar-se pelo outro, mas querem na mesma ter relações como nós temos... Não entendemos...

    ResponderEliminar

Obrigada pelo teu comentário!