Hoje passei o dia todo com Luís Santiago, o meu filho mais novo. Ambos tínhamos imensos exames clínicos para fazer, e , no intervalo, ainda que com algumas dores pelo esforço de estar tanto tempo em pé ( relembro que ainda tenho o cateter no rim que é incomodo e doloroso), sentamo-nos no jardim central da cidade.
Lembro -me de ser muito pequena e lá passear com os meus pais e tia. Contei então ao meu filho. Admirou-se e perguntou me a que brincava eu, sozinha.
Contei-lhe que para mim, aquele jardim era um grande castelo encantado, que em menina, acreditava que os vasos em pedra gigantes guardavam tesouros, fascinavam-me as flores, o lago ao centro, qualquer pauzito que encontrasse no chão servia de brinquedo para o tempo que lá passasse. Apontei-lhe um velho armazém fechado. Expliquei que ha muitos anos, era um centro comercial.Para mim , muito maior e mais mágico que qualquer Shopping que exista agora. Sonhava em ser grande para poder vestir as roupas para senhora que lá se vendiam.
No ultimo andar , dedicado a crianças, tinha um Mundo de brinquedos.
Agora... não tem nada.
É incrível o tanto que se vive em 39 anos, e ainda assim podermos continuar a sentirmo-nos jovens.
A saudade imensa da infância, dos sítios, lugares, e acima de tudo das pessoas que não voltam mais, e por outro lado a fome do futuro, a vontade de viver mais, de não cometer erros do passado.
É esta, precisamente esta a altura em que perdemos a ingenuidade. E passamos a ser pessoas maduras. Conscientes.
2 comentários
Mais um texto magnífico. 🙂
ResponderEliminarKe texto lindo... Realmente a infancia tras-nos saudades de muita koisa ke ja nao volta... Triste mas é verdade... Ke post lindo...
ResponderEliminarObrigada pelo teu comentário!