Hospital Privado ou Público?

Desde os cortes orçamentais homologados  pelos tempos da famosa austeridade, que o Hospital Distrital de Torres Vedras  teve uma baixa considerável de qualidade de atendimento. E, não, não acuso mimimamente médicos, enfermeiros ou auxiliares.
Sei que quando existe corte de pessoal,  o tempo de espera aumenta , enfim,  o comum numa Unidade Pública.
O mesmo não sucede quando optamos por ir a um Hospital / Clinica  privados.
Pessoalmente sempre fui bem atendida nas Unidades Cuf,e,  uma vez que se paga um balurdio em seguro de saúde, porque eu e os meus filhos e ex marido temos doenças crónicas, optámos aquando a gravidez do Santiago aderir a um seguro que, nos tem
 " salvo" imensas vezes de períodos de espera intermináveis para cirurgias.
Não por uma questão de luxo mas de urgência que como sabem depende da triagem, diagnóstico que por vezes é subjetivo ( que paradoxo).
Ontem de manhã o meu filho mais velho queixou - se que tinha um " caroço" no pescoço. Sem mais, dirigimo- nos à Cuf de Torres Vedras onde uma médica muito simpática nos atendeu, dizendo que eram apenas os gânglios inflamados e que nada impedia que ele fosse à escola. Insisti, ainda assim para que passasse uma declaração porque, enfim, mãe é mãe e raramente estamos erradas. Não que façamos diagnósticos, mas estranhei o facto de não ter sido feito qualquer exame complementar ou análise ao sangue. Foi-nos avisado que caso houvesse um aumento do volume dos gânglios deveríamos voltar para reavaliação. Teve a tarde toda com febre altissima.
Passavam das 23 horas quando o meu filho vem ter comigo em pânico. O " caroço" tinha aumentado para o volume de uma laranja.
Uma vez que a Cuf de Torres Vedras não tem urgência pediátrica permanente, dirigi-me com o meu filho ao Hospital de Torres Vedras, onde uma médica o avaliou, pediu análises que confirmaram uma infeção e me questionou por que razão não tinham efectuado uma ecografia para saber a natureza do " inchaço", na Cuf.
Como não sou médica, não soube responder mas, segui a sugestão da medica do Hospital e hoje de manhã às 9:50 voltei a dirigir - me à Cuf.
Quando chegamos estavam cerca de 3 crianças para ser atendidas, apenas uma médica a atender, quando o comum pela minha experiência é estarem dois médicos, foram atendidas todas as crianças que iam chegando, e o Henrique a queixar- se de dores, ali estava.
Passou mais de uma hora e... nada. Sabem a sensação que estão nitidamente a gozar? Cada criança que chegava era atendida e , nós continuavamos à espera. Entendo que agora o bode expiatório se chama triagem de Manchester,ainda assim, a atingir as duas horas de espera, é uma vez que o Henrique é portador do espectro do autismo( não, não o referi ), a impaciência dele, a minha ansiedade, questionei a enfermeira da triagem por que razão o meu filho estava a ser deixado para trás. Podia ter havido um problema informático, um esquecimento. Sempre confiei na Cuf , logo dei o benefício da dúvida.
Muito atenciosa, disse- me que o Henrique seria o próximo a ser atendido até porque já estavam dois médicos .
Continuamos a esperar. A médica chama uma outra criança e o meu plafond de paciência de mãe desesperada desiste, e entendo a razão pela qual me foi dito no Hospital ontem que tentasse que na Cuf lhe fizessem eco hoje ( algo que pensei que obviamente seria feito) e que se não conseguisse, me voltasse a dirigir ao Hospital.
Dirigi-me à recepção onde mais uma vez fui atendida de forma irrepreensível, e , com a maior simpatia e compreensão me deram o Livro de Reclamações que solicitei.
Venho para o Hospital de Torres Vedras, preparada para esperar horas a fio, entendo que, como já disse anteriormente têm menos recursos, e caso seja preciso algo de que o Hospital não disponha temos de ir para Caldas da Rainha ou Lisboa.
Em dez minutos fomos atendidos na triagem e chamados pelo medico, foram pedidas novas análises .
Não é uma questão de tempo. É uma questão de procurarmos o privado pelas suas mais valias , sabermos de antemão que têm mais pessoal, que o atendimento é mais rápido, que nos fazem todos os exames , e podemos sair de lá tranquilos.
Basta ligar a televisão para ver a quantidade de processos pelos quais os Hospitais Públicos são acusados , por negligência e, de Unidades Privadas, nada. 
Somos o país do " deixa andar", temos receio de reclamar do que nos parece injusto e errado. Mas algo se passa.
Ainda aguardamos exames, mas sinto- me profundamente desiludida com o sucedido na Cuf. Felizmente temos na cidade outros Hospitais Privados, que para quem usufrui de um seguro de saúde nos dá alguma tranquilidade em caso de excesso de afluência ao Hospital público . Pessoalmente, nunca tive qualquer razão de queixa da Cuf, e provavelmente se tivesse nem o mencionaria, mas tratando- se de uma reincidência de episódio, e principalmente de um filho, não consigo deixar em branco.
Não entendo o que falhou, desconheço as razões que fizeram que não fossemos atendidos no espaço de duas horas quando só queríamos uma reavaliação e uma ecografia. 
Não estudei medicina, mas algo de muito errado se passa com aquele Hospital Privado. 
Não é de todo compreensível que um espaço que cobra imenso dinheiro por consulta a particulares tenha esperas de duas horas. Falta de pessoal? Porquê? Falta de verba para pagar aos mesmos?
E assim vai a saúde em Portugal.
Desde já o meu agradecimento a todos os funcionários de ambos os hospitais. 
Quanto ao privado, sugiro uma revisão no método de atendimento nas urgências, eu, que sou leiga.


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Sobre a autora:

Chamo-me Marta, e sou apaixonada pela escrita e pelo mundo da beleza. Em 2013 , após um curso de maquilhagem profissional decidi juntar os meus dois amores, criando este blogue. Gosto de escrever despudoradamente sobre tudo. Maquilhagem, cuidados com a pele, estética, cirurgia plástica e saúde no geral, assim como partilho aqui algumas das minhas crónicas em que abordo tudo o que é possível e imaginário. Venham daí, conhecer o meu Mundo!

1 comentários

  1. É triste estas situacoes mas realmente elas acontecem...nao deveria mas acontecem...
    Melhoras ao Henrique...

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